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Distúrbios do Labirinto: Nem tudo é labirintite

Distúrbios do Labirinto: Nem tudo é labirintite

A palavra labirintite, popularmente, é usada como sinônimo de vertigem e tontura. Porém, não é bem assim. A labirintite é apenas um dos distúrbios do labirinto, estrutura interna do ouvido responsável pelo equilíbrio do corpo, uma vez que tem missão de receber, codificar e transmitir para o cérebro informações sobre os sons que ouvimos e os deslocamentos que fazemos.

Quando uma inflação, por exemplo, atinge essa região é comum a pessoa sentir tontura, vertigem e zumbido, ou seja, não é necessariamente labirintite, doença considerada rara. Ao todo, a medicina catalogou mais de 300 tipos de labirintopatias, que são causadas por distúrbios vasculares, inflamações, disfunções metabólicas, como da tireoide, alterações bruscas da pressão atmosférica, como as que ocorrem durante voos e mergulhos, hipertensão arterial, diabetes e colesterol, o que coloca em alerta alimentos ricos em gorduras e açucares.

Os diversos tipos de tontura ou vertigem atingem pessoas em todas as faixas etárias, de ambos sexos, mas mulheres, em especial após os 40 anos, apresentam uma leve predominância.

Os principais distúrbios do labirinto são:

Vertigem Posicional Paroxística Benigna (VPPB) – Como o próprio nome já diz remete à vertigem causada por algum movimento feito pela cabeça, geralmente para os lados, associada ao desprendimento de pequenos cristais de cálcio, responsáveis por transmitir a posição da cabeça ao cérebro. Ao se soltarem provocam vertigens intensas, que melhoram assim que a pessoa sai da posição que levou à vertigem. Caso a sensação permaneça, um médico deverá ser procurado, para que o profissional faça a manobra para reposicionar os cristais do labirinto.

Doença de Meniére - Ao lado da VPPB,é uma das causas mais comuns de distúrbios do labirinto. É caracterizada por vertigem forte, acompanhada de zumbido, perda da audição, náuseas e vômitos, além da sensação de pressão nos ouvidos e cabeça. Em geral, os sintomas desaparecem com o fim da crise, podendo persistir a perda auditiva.

Migrânea vestibular – É também uma causa bastante comum principalmente em mulheres. Trata-se dos quadros de tontura relacionado a enxaqueca. A migranea (enxaqueca) é uma doença crônica caracterizada por cefaleia pulsátil, fono e fotofobia (aversão a luz e barulhos fortes), náuseas e vômitos. Os episódios de tontura podem vir juntos ou próximos com a cefaleia, mas não necessariamente.

Neurite vestibular – Tem como sintomas vertigem aguda, náuseas fortes, vômitos e sensação de mal-estar. Exige acompanhamento médico especializado, para tratamento da doença, geralmente à base de anti-inflamatórios.

Cinetose – Muito comum ser confundido com a labirintite, causa tontura, acompanhada de náusea, palidez e sudorese. A cinetose, chamada também de “doença do movimento” ou do “mal movimento”, ocorre durante passeios de barco, carro, avião, roda gigante, entre outras situações de locomoção sequencial. Ao identificar o problema, a pessoa deve procurar ajuda médica, que irá identificar a causa e o melhor tratamento. Em alguns casos são indicados exercícios repetitivos de reabilitação vestibular.

Por: Dra. Marcela Schmidt Cordeiro
CRM/PR: 26141 OTORRINOLARINGOLOGISTA RQE: 2895

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